.: Perfeito para Ninguém :.

É incrível a quantidade de cobranças que nos cercam. São muitos padrões que estão aí para serem vendidos e que se forçam a serem comprados. Ultimamente estou interessado nas forças que pressionam o nosso inconsciente a agir por reflexo. Na escola a gente aprende a se questionar, a ficar atento ao mundo e a tudo que nos é imposto. Se aprendemos bem as lições, vamos carregar para sempre esses ensinamentos.

Como ninguém aqui é de ferro, damos umas escorregadinhas pelo caminho... Talvez o apelo pelo perfeito nem seje tão forte, o problema é que ele se espalha por todos os cantos. Possuir uma saúde perfeita, alimentação, corpo, roupas. Produzir um trabalho perfeito, ter uma casa perfeita, uma vida social sem defeito algum. Parece mais uma obrigação. Acontece que existe uma diferença entre o ideal e o perfeito. Não é muito difícil enxergar que a cidade da perfeição é a utopia, então o que precisamos mesmo é encontrar o ideal para nos satisfazer nesse bolo todo. É difícil, porque queremos sempre mais. E mais é o que o vizinho ao lado parece ter. E às vezes parece que é tão fácil algo tão difícil...



Escolhi n = 5. 24(25 − 1) = 496. Porque até os números podem ser perfeitos, :P

Eu sou meio desligado e acabo esquecendo que somos diferentes e de como é importante se conhecer para oferecer aquilo que temos de melhor. E esse é um perfeccionismo que acho que valhe a pena. É nos dedicando, não aos padrões perfeitos que estão sendo vendidos por aí, mas ao perfeito dos desejos verdadeiramente nossos e que vai nos deixar realizados. O filme "O Cisne Negro" é um exemplo disso. Acabei dizendo que não gostei muito, mas me fez pensar um pouco. E umas conversas sobre o "futuro" também me fez pensar sobre o "presente". Se lá na frente buscamos o perfeito, aqui vamos nos ajeitando para o melhor possível. Aproveitar o que se tem é o ideal do agora no processo da melhoria que nunca acaba.

.: Armadilhas de um Mundo Artificial :.

Ver o óbvio é quase uma arte. Quando se lucra com isso, então, é um negócio de cifras. O que é excelente, o mundo precisa mesmo se conhecer melhor e o capitalismo propulsiona o nosso desenvolvimento. Algumas coisas, no entanto, tem me decepcionado porque acabam matando alguns valores que considero importantes. É só pensar um pouco que começamos a encontrar exemplos. Nesses casos, ou a ideia acaba morrendo, ou se tornando hábito. E quando se torna hábito, os valores precisam ser resgatados ou revistos.

Pensando como eu uso o email hoje, por exemplo. Depois do Gmail ele praticamente virou um fórum. O curioso é que é muito fácil se enganar enviando uma mensagem no bolo direcionada para você, sem chegar no destino. Como fórum, você não lê todas as mensagens, mas como email pessoal, provavelmente sim... Mas... e na mistura dos dois, que é o que o Gmail acabou se transformando?

As redes sociais são bem parecidas com o caso do email. Várias vezes eu já abri o meu perfil depois de tempos para ver que tinha uma mensagem do tipo "feliz aniversário". Nem era meu aniversário o dia que abri, então qual o sentido? Comodidade, penso eu. O que torna esse botãozinho prático ineficaz. O twitter, buzz, etc. sabemos que são assíncronos desde o dia que nasceram. E a maioria das pessoas que checam a toda hora acaba assumindo que todo mundo checa também. Então, desejar "feliz dia de São Patrício" a todos vai lá, mas direcionar a uma pessoa, apesar de ser prático, não necessariamente surte o mesmo efeito que uma mensagem direta. Chat, SMS, telefone? Bom, esses pelo menos chegam rápido ao destino. SMS nem sempre, mas vai lá...



Não ligue, hoje em dia falar com paredes é normal!

Tudo que escrevi está na nossa frente, certo? Bom, pelo menos eu percebo assim. Nossos almoços e jantares também acabam sendo muito mais uma questão de praticidade do que "reuniões" de amigos ou familiares. Bom, o fato é que só saímos ganhando se, com a praticidade, seja lá do que for, tivermos um ganho de qualidade. Parei para pensar justamente isso no post de hoje. Como eu sou dinossáurico e venho desde os tempos do "livro de visitas", acho muito mais valioso um comentário, por menor que seja, do que um clique do "curtir", o modismo do Facebook... Mas enfim, inversão de valores é algo que meus professores já falavam a muito tempo e dançar conforme a música até danço, mas fiel e atento sempre aos meus ideais!